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sexta-feira, 17 de junho de 2016

Transexual “crucificado” na Parada Gay é intimado a depor para explicar ultraje a símbolo cristão


Viviany Beleboni, transexual que usou uma cruz em sua performance durante a Parada Gay 2015, foi intimado a depor na 78ª Delegacia de Polícia de São Paulo (SP), para explicar as acusações de ultraje a símbolo religioso.

A informação sobre a intimação foi divulgada na página de Beleboni no Facebook: “No Brasil funciona assim… Você que é LGBT e o ano todo descriminado (sic) (a) morto (a) espancado (a) difamado (a) agredido (a), posto para fora de sua casa pela própria família, perde emprego por ser LGBT, é satirizada (o) por inúmeros programas de televisão, jornais eventos. E aí você vai reagir de uma forma artística gritando socorro menos de um dia fazem uma montagem nojenta para distorcer a população, e é indiciada a delegacia por uma bancada evangélica, só tenho uma coisa a dizer, se vocês acham, vou repetir de novo (acham, ‘pensam’) que vão me calar, estão perdendo o tempo de vocês, lutarei até o fim por democracia que não existe nesse pais graças a vocês seus hipócritas”, disparou o transexual.

A representação foi movida junto ao Ministério Público Estadual (MP-SP) pela Associação das Igrejas Evangélicas de São Paulo, ainda em 2015. A intimação para o depoimento de Beleboni só foi emitida agora. Nesse intervalo, o transexual desfilou novamente na Parada Gay e reiterou os ataques aos símbolos da fé cristã e à bancada evangélica no Congresso Nacional.

De acordo com informações do G1, a advogada de Beleboni, Cristiane Leandro de Novais, o MP-SP investiga se o transexual violou o artigo 208 do Código Penal, ao ultrajar símbolo religioso.

“Brasil, o país da teocracia! É pra glorificar de pé! Ao contrário de alguns covardes que distorcem e incitam ódio a LGBTS ano todo, estarei presente com minha advogada [na delegacia para prestar depoimento]”, acrescentou Beleboni em seu texto, ironizando os dizeres comuns a evangélicos pentecostais. A intimação aponta que Viviany deve prestar depoimento à polícia no próximo dia 21 de junho.

“Não houve ato criminoso, não houve escárnio, não houve repúdio a atos religiosos, houve encenação onde ela manifestou, em uma representação, as mortes e a violência contra o movimento LGBT”, argumentou a advogada.



Fonte: Gospel+

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